Reportagem especial na TV Globo Minas no Dia Internacional da Mulher exibindo o trabalho das Defensoras Populares em Minas Gerais no link abaixo:
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Vou falar um pouco como iniciou o
trabalho voluntário das Defensoras Populares de Minas Gerais.
As Defensoras Populares de Minas Gerais foram
pensadas pela Defensoria Pública de Minas Gerais para ser a voz e a presença da
Defensoria Pública onde a DPMG muitas vezes não consegue chegar.
Fomos pensadas como sendo os olhos da Defensoria,
principalmente para a atuação no combate à violência doméstica e familiar
contra a mulher. A Defensoria pensou em mulheres que pudessem dialogar e
orientar outras mulheres vítimas de violência de igual pra igual e nos
capacitou para isso, dar uma orientação imediata, e sempre procurar a sede da
Defensoria porque lá é o órgão de defesa e garantia dos direitos de todos os
cidadãos.
Eu fui professora pública alfabetizadora (ensino
básico) na rede estadual por 27 anos, hoje aposentada. Ser professora é uma
vocação para orientar, ajudar e construir. Depois de aposentada eu pensei como
eu poderia continuar ajudando a construir uma sociedade melhor, mais justa.
Claro que sozinha eu nada posso, mas é cada um fazendo a sua parte e eu
encontrei uma forma de ressignificar a minha missão como defensora popular
ajudando pessoas, principalmente mulheres, a conhecerem e terem acesso aos seus
direitos.
SORORIDADE é um termo que está em alta e diz muito
sobre nós: nós mulheres devemos nos ouvir mutuamente e com respeito, ajudar
umas as outras a conquistar o nosso lugar que antes de tudo é de respeito.
A atuação da Defensora Popular é na sociedade, nas
comunidades, claro com todo esse viés da luta contra a violência doméstica e
familiar contra a mulher, mas não se restringe a isso.
Minha atuação, por exemplo, é mais voltada para a
garantia de acesso a saúde da mulher idosa que muitas vezes não sabe que o
direito à saúde é constitucional e um dever do Estado. Eu entro com a questão
da orientação, instruir como chegar até a Defensoria quando se trata de algo na
esfera judicial ou quando é algo que pode ser resolvido na esfera
administrativa nem precisa levar o caso para a Defensoria que já trabalha com
grandes demandas, nós fomos preparadas para isso, todas as outras defensoras
populares e eu, para darmos essa orientação.
A pandemia dificultou, mas não impossibilitou nosso
trabalho e atuação. A mulher é muito ágil quando se trata de reinventar e nós
também nos reinventamos. Eu recebi muitas demandas por redes sociais, há
pessoas que eu consegui ajudar que ainda não conheço pessoalmente.
Para concluir: sou muito grata à Defensoria Pública
por ter me capacitado a ajudar. Ser defensora pública é ajudar e mesmo que
tenhamos nossas particularidades, nossas lutas, o principal é isso: não soltar
a mão umas das outras.
Nesse dia internacional da mulher, mais do que
homenagens, as mulheres merecem respeito! Que sejamos respeitadas e admiradas
por sermos quem somos.
Antônia Coelho
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